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Revista Inominável

A revista para lá da blogosfera!

Seg | 26.10.15

Os malditos ciclistas

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Os ciclistas sempre foram mal vistos nas nossas estradas, assim como os ditos condutores dos Papa-Reformas ou Mata.Velhos, como lhes quiserem chamar, ou então os que seguem na sua máquina agrícola, se bem que o mais vulnerável é o ciclista; mas desde o início do ano existe uma nova lei que traz mais direitos aos ciclistas e mais deveres aos condutores de veículos a motor. Para mim não é nada de novo, sempre os interpretei como veículos frágeis e sempre tive imenso cuidado para manter uma distância segura e ceder a passagem em qualquer lugar, até mesmo quando eu sou o peão, mas mais à frente já passo a explicar.

Estava eu descansada a beber café, logo pela manhã, e aparece um senhor, fulo da vida porque tinha ficado “retido” atrás de um pelotão. Eles andam aos bandos, é uma vergonha - dizia ele - uma pessoa quer ir trabalhar e chega atrasado porque agora decidiu tudo ser ciclista! Só porque a lei está do lado deles, não quer dizer nada, malditos pá! Bom, mais parecia um discurso contra os impostos ou algo do género, mas não, eram apenas e só uns meros ciclistas a darem a sua voltinha pela fresca.

A lei mudou e, muito sinceramente, mudou para melhor e só têm de aceitar isso. Quando alguém vem todo stressado a conduzir atrás de mim ou me apita por algum motivo, eu costumo dizer: Está com pressa? Viesse mais cedo. Porque é verdade, as pessoas andam num tal stress que até um maldito ciclista os incomoda. A lei agora permite-lhes seguir aos pares, terem prioridade nas ciclovias, rotundas, cruzamentos, e que possam seguir pela faixa dos transportes públicos. Porém, a lei também diz que devemos ultrapassá-los com a distância de segurança de 1,5m, ou seja, mudamos de faixa para tal, mas há pessoas que eu vejo todos os dias a colocar os ciclistas em perigo, porque são preguiçosas e egoístas, mais nada.

Como eu dizia lá atrás, costumo ceder passagem aos ciclistas quando sou eu o peão e quero passar na passadeira; e porquê? Por duas razões: primeiro porque não quero estar a passar na passadeira, eles não pararem e virem contra mim ou passarem à rasca à minha frente ou nas minhas costas; a segunda é porque também costumo andar de bicicleta e compreendo que é meio chato ter de parar quando vamos bem embalados, e a preguiça é mãe de todos os vícios. Tudo bem, são vulneráveis, percebo perfeitamente isso, mas um peão é muito mais e, como tal, deveriam também compreender que têm esse dever, de parar, não é só ter direitos, e como eu gosto de prevenir, nem meto o pé quando avisto um.

Esta questão dos ciclistas tem muito que se lhe diga, compreendo perfeitamente os vários lados (ciclista, condutor e peão), tanto que a única coisa a que se pode apelar é ao bom senso: cada um faz a sua parte bem feita, previne magoar-se e magoar os outros. Eu sei que é pedir muito, mas não custa tentar, não é?

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Artigo de Vanessa autora do blog Nuages Dans Mon Cafe 

(in revista nº 0)

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