Mãe de Três | Birras (x 2!)
Tive alguma dificuldade em escolher um tema para este número da revista, até que se fez luz… Talvez por os gémeos estarem a passar por esta fase “difícil”, julgo que este tema é muito apropriado e transversal.
Todas as crianças fazem birras, pois estas fazem parte do desenvolvimento de qualquer criança saudável. Dizem os entendidos que a fase pior é dos 2 aos 4 anos, sendo que nesta altura a criança já aprendeu a controlar o seu comportamento. No caso de termos gémeos todo o “mundo das birras” é potenciado… no caso dos nossos gémeos, falta ainda 1 ano e meio para a fase terminar. (Medooooo!)
Aqui por casa não há descanso, pois quando não está um a fazer birra está o outro, não existem intervalos para que possamos respirar um pouco até à próxima birra.
Tentamos várias abordagens para debelar as ditas. Estas abordagens dependem do tipo de birra e da paciência dos pais para as contornar (o pai tem mais paciência do que a mãe 😊).
É engraçado perceber que quando um dos gémeos está a fazer uma birra há algum tempo, até o irmão tenta acalmá-lo, como quem diz “estás a exagerar, já chega!” (riso).
As abordagens que adoptamos são as comummente estabelecidas:
- Distrair o pequeno para outro assunto, tentando que o foco que dá origem à birra seja desviado e a resistência diminuída;
- Ignorar a birra, pois as crianças querem apenas a nossa atenção. Temos sempre de verificar se podemos MESMO ignorar, ou seja, se a segurança da criança está assegurada. Ignorar é mesmo ignorar, mantemo-nos afastados sem sequer olhar ou falar com o pequeno birrento, esperando que deste modo ele pare;
- Colocá-lo no canto do silêncio (ou do castigo) até que ele se acalme. Dizem as “normas” que o tempo do silêncio (ou do castigo) deve durar um minuto por cada ano da criança. Neste período, também a criança é ignorada. Logo que termina o “tempo do silêncio” deixamos o menino ir à sua vida, sem mais delongas.
Quando são dois e com a mesma idade, estes episódios acontecem com muita frequência.
Claro que são estabelecidas regras claras, para que eles percebam o que é e não é correcto fazerem, bem como rotinas para que se sintam seguros.
Cada menino é uma pessoa individual (mesmo entre gémeos, bem entendido), pelo que há um mais birrento do que outro, ou mesmo existem períodos em que um faz mais birras do que o mano.
Haja fé e paciência para ultrapassar esta e todas as outras fases que as crianças têm até à fase adulta (e até nesta 😊).
Boa sorte!
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Publicado em Inominável nº 14
por Elsa Guilherme autora do blog Três mais Dois