Diversidades | Faróis ConVida #1
“… soy en la noche un diamante que gira advirtiendo a los hombres.
Por quienes vivo, aun cuando no los vea …;”
“Soliloquio del farero”, Luis Cernuda (1902-1963)
É difícil descobrir melhor ideia para definir a função de um farol que a de iluminar a orla marítima ou, como se expressam os faroleiros, fazer o alumiamento do mar.
"Farol" deriva da palavra grega Faros, nome da ilha próxima da antiga capital do Egipto onde, no ano 280 a.C., foi erigido o farol de Alexandria — uma das sete maravilhas do mundo antigo. Considerado uma das maiores produções da técnica da Antiguidade, foi construído pelo arquitecto e engenheiro grego Sóstrato de Cnido, por ordem de Ptolomeu.
Os faróis têm, pois, a finalidade de guiar os navegantes, garantindo um caminho orientado e seguro, sendo norteadores da aproximação a terra firme. Um farol nunca se apaga mesmo que tudo o resto seja breu: é essa a sua missão, é esse o seu valor, é e deve ser sempre essa a sua sina.
No mundo há muitos padrões de faróis, embora todos partilhem alguns atributos: em terra ou em penhascos na água, construção elevada (normalmente uma torre) que emite luz, sinaliza e orienta, equiparando-se a uma estrela “terrestre”.
Portugal, país de mar e marinheiros, possui 53 faróis: 30 faróis em Portugal continental, 16 faróis no arquipélago dos Açores e 7 faróis no arquipélago da Madeira, que constituem um património iniciado por volta do século XVI (segundo a Autoridade Marítima Nacional).
Cada farol é único e inigualável pois a arquitectura que possuem, a paisagem que proporcionam, o código de luz próprio, a segurança que transmitem, as histórias que guardam e a poesia que irradiam, conduzem-nos a encantos indescritíveis.
Falar de faróis é também referir os que são considerados mais emblemáticos do nosso país, nomeadamente os faróis de Leça da Palmeira, de Aveiro, do Cabo da Roca, de Santa Marta, do Cabo Espichel e do Cabo de São Vicente.
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Publicado em Inominável nº 14
por Eliseu Pimenta