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Revista Inominável

A revista para lá da blogosfera!

Ter | 14.02.17

Carnaval à antiga portuguesa!

Assumo desde já que nunca fui enormemente apreciador do Carnaval. Mas como este nosso número àquela festa é dedicado, há que fazer pela vida…

Geralmente no Carnaval é muito comum os foliões usarem das personagens do cinema para se mascararem, tentando um dia no ano serem como as estrelas de Hollywood. Ora, tomando em consideração que este espaço é dedicado ao cinema e ao mesmo tempo à música na sétima arte, seria naturalmente fácil falar das personagens mais imitadas ou dos figurinos mais utilizados.
Só que, sinceramente, e perdoem-me os foliões, o cinema tem muito pouco de Carnaval… ou será que tem muito? A não ser que… falemos dos risos ou do humor, tudo plasmado justamente na comédia, da qual já falei num número anterior, como pode ser comprovado aqui.

Dei então por mim a pensar no que escrever sobre a época que aí vem. Revirei a minha cabeça para acabar por aterrar no tempo em que era um miúdo e em que a televisão era a preto e branco.
Naqueles já longínquos anos sessenta e início de setenta, o Carnaval servia assim de espécie de escape à ditadura. No entanto esta sabia usar também a época festiva em proveito próprio desviando o pópulo do que era essencial ou problemático.
Deste modo nos cinco dias de Entrudo era frequente a RTP apresentar uma série de comédias tanto portuguesas como estrangeiras para português ver… e divertir-se.

Foi nessa altura que vi pela primeira vez os actores António Silva, Vasco Santana, Beatriz Costa ou Ribeirinho. Era o tempo do “Pátio das Cantigas” ou do “Leão da Estrela”, do “Pai Tirano” ou do “Costa do Castelo”, que não obstante terem sido gravados trinta anos antes surgiam na televisão com (demasiada) assiduidade.

A par destas comédias lusas inesquecíveis e irrepetíveis e que todos nós conhecemos de sobra, era-nos proposto também, algumas comédias estrangeiras, onde ponteavam por exemplo Jerry Lewis e Dean Martin, Abbott e Costello (duplas já aqui nesta Revista referenciadas). Curiosamente dos filmes de Charlot apenas surgiam as partes mais cómicas… Vá-se lá saber porquê…

Mas saltemos agora para as salas de cinema portuguesas onde começavam na época a chegar de França algumas comédias, quase todas encabeçadas por Louis de Funés. Deste actor, são sobejamente conhecidas as suas confusas aventuras como Gendarme francês.

Também Bourvil, outro grande actor francês, se apresentou com algumas comédias e que fez as delícias de muito português.

Como é perceptível por aquilo que acabei de escrever sou claramente, no que respeita à comédia francesa, muito duvidoso porque sempre fui apreciador deste género de cinema com origem em terras gaulesas. Estes exibem de um humor muito próprio sem grandes subterfúgios e daí a subtileza dos seus bons filmes.


A título de exemplo refiro algumas longas-metragens bem recentes, sendo estas belos exemplos da qualidade do humor francês, como são o caso de “Bem-vindo ao Norte” ou “Amigos improváveis”.

O Carnaval é por excelência a época das brincadeiras e das partidas. Por isso deixo aqui uma ideia: brinquem muito mas vejam também bom cinema.

A gente lê-se por aí!

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Publicado em Inominável nº 6
por José da Xã, autor dos blogs LadosAB e José da Xã 
e participante nos blogs O Bom, o Mau e o FeioA Três Mãos e És a nossa Fé!

 

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