Pêra-doce era a expressão utilizada por um meu professor de Física quando depois de encher o quadro com fórmulas e setas e gatafunhos que só ele entendia, ao finalizar a explanação de uma qualquer tenebrosa questão científica, rematava, acompanhado de um rasgado sorriso: como vêem, pêra-doce. Lembro-me muitas vezes dele quando me perguntam pela Inominável pois, bastas vezes, apetece-me resumir tudo na mesma expressão: pêra-doce. Não, fazer uma revista não é fácil e (...)
Quem me conhece sabe que sofro de optimismo crónico. Mesmo quando tudo parece já não ter solução – o que acontece mais vezes do que seria desejável – ultrapasso com relativa facilidade a fase do desta-vez-não-há-nada-a-fazer para o vamos-lá-dar-a-volta-a-isto. Claro que tenho de me adaptar, criar novos objectivos (ou moldar aqueles a que me propus), encontrar caminhos diferentes mas, acima de tudo, não baixar os braços mantendo viva a esperança. Felizmente, há mais quem (...)
Abril, águas mil e é bem verdade. Mas não seja por aí, que queremos celebrar a Primavera e não deixaremos de o fazer, mesmo que para isso tenhamos de sair à rua de galochas. Entre morangos e blazers amarelos, a Primavera chegou à Inominável e nada nos pode parar. Até o Rei Bacalhau se rendeu à agricultura e aos prazeres da Natureza, imagine-se! E (...)
All You Need Is Love Enquanto me preparava para escrever este texto, parecia que tudo o que lia, ou ouvia, as pessoas com quem me cruzava, as palavras que escolhia, me falavam de Amor. É natural. A mente humana tem a capacidade de nos alertar, mesmo que inconscientemente, para o que procuramos, ou precisamos ver, quando estamos concentrados numa determinada questão. Deixo aqui apenas (...)
Quando era criança, um dos passeios desta época era “ir ver as luzes de Natal”. Escolhida a noite – se fosse de todo impossível ir logo na primeira – e acabado o jantar, vestiam-se os casacos (e as luvas e os gorros e os cachecóis, mesmo que o frio ainda não nos mordesse a pele) e era ver pai, mãe, avó - se para aí (...)